Sustentabilidade e comunidade devem andar juntas!
Foi em 2018 que os canudinhos plásticos viraram o inimigo número um do meio ambiente. Imagens de tartarugas feridas pelo utensílio viralizaram em redes sociais do mundo todo. Assim, diversas cidades do planeta passaram a proibir os canudinhos, São Paulo sendo uma delas.
Depois do “boom” e da extinção dos canudinhos, pessoas com deficiência chamaram a atenção para a necessidade deles, destacando a importância do utensílio para sua alimentação. Trazendo a importante pauta de inclusão para a conversa. Logo surgiram canudinhos de plásticos biodegradáveis e de papel, além dos reutilizáveis.
Seja de metal, papel, madeira ou plástico, existem relatos da existência dos canudinhos datados de 3000 a.C., ou seja, esse objeto faz parte da evolução social humana. E desde então, sua utilidade se faz presente em diversos casos.
A saga do canudinho é o exemplo perfeito de como soluções sustentáveis não devem ser pensadas individualmente. Não podemos simplesmente banir um objeto, sem antes pensar na importância e nas necessidades que ele sana. Por isso, é importante pensar em ações criativas de forma a não prejudicar o coletivo.
Ou seja, as soluções individuais para diminuir o descarte do plástico só trazem resultados se atingirem a comunidade. Assim, é importante estar a par do que seus vizinhos, trabalhadores locais e até mesmo visitantes do bairro têm feito, ou ainda, como serão afetados por suas práticas individuais.
Você separa seu lixo?
Separar o lixo reciclável costuma ser o primeiro passo para quem busca ter menos impacto ambiental. Mas esse ato não faz diferença caso o local onde você mora não tenha coleta seletiva, por exemplo. É aí que vemos a necessidade dos catadores. Você sabe se eles passam na sua rua?
Os catadores de materiais recicláveis são responsáveis por 90% de tudo que é reciclado no Brasil (IPEA). É a partir deles que a divisão de materiais recicláveis passa a fazer sentido. Separar o seu lixo evita que a pessoa que recolhe recicláveis entre em contato com alimentos estragados, objetos cortantes ou até mesmo tóxicos, garantindo a segurança desse importante trabalho.
Depois de passar pelos catadores, o que antes era seu lixo vira objeto de trabalho das cooperativas. Normalmente compostas por pessoas em situação de vulnerabilidade social, essas cooperativas dão espaço para que elas possam ter dignidade trabalhista. São esses funcionários que irão fazer a triagem, para dar o destino correto ao material descartado na sua casa.
É só então que sua ação individual cumpre seu objetivo. Quando o material é reciclado, o seu impacto ambiental é muito menor.
É impossível ser sustentável sozinho
Depois de começar a separar o lixo, costumamos tomar consciência de quanto resíduo plástico temos descartado, e vem aquela vontade de reduzir ou até mesmo zerar esse descarte.
Quando iniciamos nossa pesquisa de alternativas sustentáveis de produtos do dia a dia, muitas vezes nos deparamos com produtos caros, frequentemente insustentáveis dentro do orçamento médio de uma família brasileira. É nesse momento que devemos olhar para nossa comunidade!
Por exemplo, quer substituir a garrafinha de detergente? Procure alguém do seu bairro que faça sabão caseiro à base de óleo de cozinha. Esse óleo usado é normalmente descartado na pia e pode poluir milhares de litros de água potável. Por isso, ao comprar um sabão caseiro, você não só está evitando a garrafinha de plástico, mas também incentivando que esse material seja reutilizado!
O artesanato é também outra solução interessante, não apenas por ser uma importante expressão artística e cultural, mas também porque é comum que os artesãos reutilizem materiais como garrafas plásticas, potinhos de margarina e muitos outros objetos que parariam no meio ambiente.