Comunidades Indígenas e Oceano: Sabedoria Ancestral para Cuidar da Mãe Natureza
Na luta pela preservação do meio ambiente, as vozes dos povos originários ecoam com força e sabedoria. Em encontros recentes com a Voz dos Oceanos, a ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara e o líder indígena Guaru Pataxó compartilharam suas visões sobre a profunda conexão entre floresta, mar e humanidade.

Via Metrópolis: ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara
“Território é terra, é água, é mar, é floresta”
Para a ministra Sônia Guajajara, a defesa dos oceanos não pode ser desvinculada da proteção das florestas e demais biomas. “Nós, povos indígenas, quando falamos de território… estamos falando do território onde vivemos. Não importa se é território terra, território água, território mar ou território floresta”, afirma ela.
A ministra reforça que os ecossistemas são interdependentes e que a destruição de um impacta diretamente os outros. “Para proteger as florestas, é necessário também que todos os oceanos estejam protegidos, para evitar, inclusive, o afogamento das florestas.” É uma perspectiva que transcende fronteiras geográficas e que coloca todos os seres – humanos e não humanos – no centro das preocupações ambientais.
“A natureza oferece tudo pra nós”
Já Guaru Pataxó, ex-cacique e atual condutor ambiental no Parque Nacional Monte Pascoal, compartilha sua experiência como guardião da natureza. Ele nos lembra que preservar o meio ambiente é, acima de tudo, um dever coletivo: “Essa responsabilidade não é só de um, mas de todo cidadão brasileiro que pisa o pé em cima desse planeta Terra”.
Com sabedoria prática e espiritual, Guaru explica como a natureza é fonte de vida, cura e aprendizado. “A natureza oferece educação, saúde e lazer pra nós. É da natureza que vem a cachoeira de água cristalina, o oceano atlântico, os remédios naturais que curam o cansaço, diabetes, pressão alta…”
Para ele, cuidar da mãe natureza é uma forma de honrar o que ela oferece de melhor. E isso passa também por manter os espaços naturais limpos, livres do lixo e da destruição: “Porque o lixo, ele prejudica o meio ambiente. E nós precisamos do meio ambiente limpo. Porque o meio ambiente sujo traz doença”.

Guaru Pataxó, ex-cacique e atual condutor ambiental no Parque Nacional Monte Pascoal
A importância da união e do apoio
Tanto Guaru quanto Sônia destacam que a preservação da natureza não é uma missão isolada. É necessário apoio dos órgãos públicos e união entre os povos. Guaru reforça: “O ICMBio está fazendo o que pode, mas precisa de apoio. Porque senão, os grandes latifundiários vão tomar. E aí, como é que vai ficar a nossa situação?”
E cita um ditado tradicional: “O lambari é pequeno, mas quando corre junto, suja a água”, referindo-se à força da coletividade e da organização comunitária. Com essa força unida, os povos indígenas mostram que resistem e persistem na luta por um planeta saudável.
Vozes que nos ensinam a ouvir o planeta
As falas de Sônia Guajajara e Guaru Pataxó são mais do que discursos – são convites à escuta profunda, à conexão espiritual com a Terra e ao reconhecimento da sabedoria indígena como essencial para o futuro do planeta.
A Voz dos Oceanos se orgulha de amplificar essas mensagens e reafirma seu compromisso com a proteção dos oceanos, das florestas e dos povos que cuidam desses territórios há milênios.
“Estamos juntos também pela proteção dos povos, dos mares e dos oceanos.” – Sônia Guajajara
“Faço a minha parte. Mas também queremos apoio, queremos ajuda, pra poder tocar esse trabalho pra frente.” – Guaru Pataxó
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