Metareciclagem na Brasilândia

Qual o destino correto do lixo eletrônico? Como reciclar um aparelho celular, uma tv ou um secador de cabelo? Você provavelmente já viu alguns pontos de coleta para esses aparelhos, mas já parou para pensar em como eles são reaproveitados?

Segundo o Green Eletron, apenas 3% de todo o E-lixo (como é nomeado o lixo eletrônico) é reciclado no Brasil, sendo que dentre esses 97% temos desde a falta logística reversa com pontos de coleta, até o descarte incorreto desse material.

Mas na comunidade Brasilândia, em São Paulo, temos um projeto que está mudando essa realidade e dando um novo significado ao E-lixo. Conheça a Metarecicla, projeto iniciado no “The Big Hackathon” proposto pela ONU em parceria com a Campus Party Brasil em 2017.

Primeiro vamos entender o que é “metareciclagem“. Rsse termo define uma rede organizada, que desconstrói o e-lixo e o reconstrói de outra forma, transformando a tecnologia recolhida em algo novo e diferente.

Através da Cultura maker, da economia circular e da metareciclagem damos uma destinação mais inteligente que a reciclagem clássica para o e-lixo.”

Os materiais possíveis de voltar para a cadeia de consumo são revisados e vendidos, os materiais que por algum motivo não tem mais valor comercial são desmontados e retiramos motores, sensores, eletro-ímãs, LEDs, e etc para compor o KIt de Robótica Metareciclado. O projeto possui uma metodologia própria pedagógica a partir da Aprendizagem Criativa e a Educomunicação. 

A proporção da Metarecila aumenta quando contratados pela Sinctronics Brasil, para desenvolver kits de robótica metareciclados, nesse tempo criaram a partir de uma única impressora mais de 20 aplicações educacionais de robótica. 

Logo depois eles entraram no Programa VaiTec 5 da prefeitura de São Paulo que foi a profissionalização da Metarecicla. Nesse momento a marca foi registrada, um modelo de negócio criado a partir de várias mentorias e então inauguraram a  Estação de Metareciclagem da Brasilândia. Já no início a estação tinha capacidade de processar 5 toneladas de lixo eletrônico por mês ! Mas em menos de um ano, com a inauguração  do Espaço Maker da Estação de Metareciclagem da Brasilândia, esse valor dobrou, aumentando a capacidade de processamento de e-lixo para 10 toneladas por mês. 

Desde o seu início a Metarecila já processou mais de 100 toneladas de lixo eletrônico. Impedindo que esse material poluísse Ar, água e solo com metais pesados e até cancerígenos, impedindo a queima de plástico ou o descarte irregular em solo e mananciais. 

Mais de 200 professores foram formados em metareciclagem, impactando positivamente mais de 4.000 alunos que já estão coletando em suas comunidades o e-lixo e transformando em arte e educação tecnológica.

A iniciativa vem sendo reconhecida e foi premiada com o selo latino americano de impacto positivo socioambiental em 8 dos 17 ODS, o selo ImpactLatam em um processo gerenciado pela Fundação Dom Cabral com mais de 500 Startups da América latina, europa e até a Ásia, só 70 iniciativas receberam este selo. E atualmente estão com uma parceria em Luanda,Angola para levar a Metareciclagem para escolas públicas impactando aproximadamente 56 mil alunos. 

A Metarecicla não para de evoluir, hoje eles estão aumentando a capacidade de metareciclagem com a criação de novos produtos, aperfeiçoando kits de robótica para criar mais parcerias no Brasil e no Mundo além de ajudar outras pessoas através de assessoria para utilizarem a Metareciclagem como modelo de negócio colaborativo de geração de renda.

A Metarecicla hoje, conta com uma equipe fixa na Estação de Metareciclagem da Brasilândia que hoje é composta pela Karina Sales, 27, diretora, eu José Sales Neto 50,Coordenador de projetos, Walifi Marcolin, 27 Metareciclador, Nayara Galvão, 32, Assessoria de Comunicação e Wilson Cavalcante, 42,  Responsável pela Logística, mas temos mais de 20 técnicos e parceiros terceirizados. Atuamos na Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Curitiba, Espírito Santo,  Rio Grande do Sul além de Luanda em Angola. 

O objetivo da iniciativa é conscientizar ecologicamente e fomentar a educação 4.0 acessível para as comunidades além de ajudar a resolver o problema de destinação do lixo eletrônico em todo o planeta. 

Texto escrito por Yara Oliveira