Halloween – Conheça o gênero Eco-Horror

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Dia 31 se comemora o Halloween, ainda que não seja uma celebração brasileira, a festa tem conquistado muitos adeptos pelo país. Conhecido por trazer elementos do terror em fantasia e decoração, outro costume é o lançamento de filmes, séries e livros de terror nessa época do ano. 

Calma, você ainda está no blog da Voz! 

É fato que o cinema é muito afetado por acontecimentos da vida real, desde histórias baseadas em fatos, até narrativas mais metafóricas, e é nessa segunda que vamos focar. 

Já ouviu falar de Eco-Horror? 

Costumo dizer que para você entender uma sociedade, veja que tipo de filmes de terror ela está consumindo. Por exemplo, no fim dos anos 60, início dos 70, havia uma preocupação quanto a liberdade dada as mulheres na América do Norte, é então que o terror “O bebê de Rosemary” é lançado, mostrando como a liberdade podia estar ligada com a amoralidade religiosa, assim sendo o bebê que Rosemary carrega, é resultado de seu pecado.  

Podemos também falar da “Madrugada dos Mortos” de George Romero, um filme de zumbi onde os protagonistas se escondem em um grande shopping center, uma metáfora ao consumismo norte americano que ganhou força nos anos 90.  

 

Assim sendo, podemos também fazer conexões do cinema de terror à crise climática. O medo que o ser humano tem de fenômenos naturais que fogem ao seu controle, mas que foram causados pela própria ação. E é isso que inspira o Eco-Horror! 

De cordo com Rust e Soles (2014, p. 510), o termo eco-horror (do inglês, ecohorror) aparece desde os anos 1990, mas alguns filmes já retratavam essas histórias muito antes, como “Godzilla” de 1954, um monstro gigante das profundezas do oceano que assola a cidade de Tóquio, sendo ele uma metáfora ao desastre nuclear de Hiroshima e Nagazaki. Mas o famoso “King Kong”, o gorila gigante levado a força para a cidade, já é retratado de 1933.  

Seja qual for o ano em que o gênero realmente iniciou, o fato é que ele nunca perdeu força, e até hoje temos produções de terror inspirada na “vingança” da natureza contra as ações humana que a degradam.  

É importante separar o eco-horror de filmes de catástrofe, porque esse gênero trabalha todos os signos do horror, que podem ser monstros, fantasmas, zumbis, vermes gigantes etc. Sem nenhum compromisso com a realidade, algo mais comum nos filmes de catástrofe. 

Um exemplo contemporâneo de eco-horror é a nova série “Monstro do pântano”, baseado nos quadrinhos do premiado Alan Moore, que conta a história de uma cidade que modifica seus pântanos com um novo tipo de fertilizante, gerando uma mutação que transforma um ser humano.  

Mas caso você prefira os clássicos, “Tubarão” do já conceituadíssimo Steven Spielberg é outra grande referência, mas tente assistir com um novo olhar, onde o tubarão branco não é mais o verdadeiro vilão e sim a interferência humana nos oceanos. 

Texto escrito por Yara Oliveira