Negacionismo Climático: Décadas de desinformação

Recentemente, com a tragédia climática que acontece no Rio Grande do Sul, as fake news voltaram a fazer parte de nosso cotidiano digital. São diversas notícias falsas sobre doações, causas de alagamento, animais selvagens vistos nas ruas das cidade e por ai vai. Mas esse caso não é isolado, as fake news estão se atrelando a divulgação científica sobre o clima há décadas!

Desde manchetes sensacionalistas, até fala de grandes símbolos políticos como Donald Trump, o negacionismo climático se alimenta de teorias da conspiração, posições políticas radicais que enxergam o combate ao aquecimento global como uma  ameaça à liberdade individual, bem como aos interesses econômicos de setores que se baseiam na exploração de combustíveis fósseis, entre outros. Esses conteúdos são publicados em redes sociais e essas plataformas muitas vezes amplificam informações falsas ou enganosas devido à maneira como os algoritmos favorecem conteúdo que gera engajamento, independentemente da sua veracidade​ (MediaTalks em UOL)​.

De maneira geral, é sabido que as notícias falsas têm uma presença constante e significativa no Brasil, impactando uma variedade de temas, incluindo o ambiental. A complexidade das informações climáticas e a polarização política contribuem para a disseminação de notícias falsas, o que aumenta os desafios de combater a desinformação em um assunto já intrincado, como as mudanças climáticas.

Essa tendência é mundial e atinge o Brasil fortemente. Segundo pesquisa do Datafolha de 2019 cerca de 28% dos brasileiros indicam que as atividades humanas contribuem pouco ou nada para o aquecimento global. Além disso, há aproximadamente 15% de brasileiros que negam a existência do aquecimento global.

Para além de meras motivações superficiais e publicações nas redes sociais, estudiosos argumentam que o negacionismo climático transcende a simples “falta de informação” ou “ignorância”. É percebido como uma estratégia deliberada e cuidadosamente executada por certos grupos políticos. Um exemplo evidente disso é a oposição organizada à construção do Código Florestal brasileiro em 2012, na qual a questão climática foi desacreditada por coalizões empresariais e agropecuárias, sob um pretexto falacioso de ameaça à soberania nacional.

Observa-se que, enquanto o negacionismo climático é impulsionado por uma variedade de interesses, incluindo think tanks, políticos e setores que competem por agendas internacionais, também são mobilizados valores que supostamente ameaçam as liberdades individuais e os princípios conservadores. Dessa forma, a questão climática é relegada a segundo plano, enquanto o medo de uma conspiração iminente ganha destaque, atraindo seguidores enquanto o relógio do clima continua a correr.

Fonte:

É preciso dizer o óbvio: a crise climática não é fake news

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