Fórmula 1 e o crescimento de eventos sustentáveis

O setor de eventos no Brasil, segundo a ABRAPE, é responsável por cerca de 4,5% do PIB nacional, gerando 112 mil vagas formais e envolvendo até 444 mil pessoas entre empregados, empregadores e MEIs.  

Ainda que o impacto econômico e social de um grande evento seja inegável, a preocupação ambiental não pode ser deixada de lado. Essa preocupação não é recente, o primeiro Green Event, chamado Earth Day, foi realizado em 1970 nos Estados Unidos, ele foi responsável por uma nova postura em planejamento de eventos, já pensando em impacto ambiental e teve seu auge nos anos de 1990. 

Fonte: Acervo New York Time (https://www.nytimes.com/2020/04/21/climate/NYT-first-earth-day.html)

Já comum na Nova Zelândia, Estados Unidos e países da Europa, sociedade e governo compactuam na promoção de Green Events. Só em 2009  as fundações australianas The Sustainable Living (SLF) e Sustainable Victoria (SV) responderam a mais de 200 requisições para realização de eventos sustentáveis no país. 

No Brasil esse tipo de evento está em ascendência e pode ser um novo gerador de renda e hábitos no país. Isso porque esse tipo de evento tem impactos positivos ao meio ambiente da cidade e região do evento, na economia de recursos naturais renováveis e não-renováveis. 

Outro tipo de evento que tem ganhado espaço é o “Zero Waste event, “Evento Resíduo Zero” em tradução livre. Esse tipo de organização, prevê a menor geração de resíduos possível, além de destinação correta, promovendo logística reversa. Ou seja, o resíduo gerado pode ser reutilizado, reciclado, etc. 

Esse foi o caso do Winds For Future que visitamos esse ano, em Cumbuco, Ceará. Que contou com coleta seletiva dentro do próprio espaço. E não muito diferente, a Fórmula 1 de 2022 também chega com o objetivo de reduzir sua geração de resíduos, reciclar e promover logística reversa! 

Em 2021, segundo matéria da Istoé Dinheiro, a Fórmula 1 (GP) injetou 670 milhões para a economia, gerando cerca de 8 mil empregos. Um acontecimento dessa magnitude e impacto socio-econômico, acaba também tendo que se responsabilizar com o impacto ambiental por onde passa. Por isso, pelo segundo ano consecutivo, a Fórmula 1 promove um evento Zero Waste, diminuindo o consumo de plástico de uso único, reciclando e utilizando tecnologias de baixo impacto. 

Ao visitarmos o Autódromo de Interlagos, já recebemos as informações através de cartazes de que o a Fórmula 1 não contará com plástico de uso único. Todas as equipes, desde funcionários até os atletas, consomem suas bebidas em latas ou caixas de papel, que garantirá a reciclabilidade do material. Além disso, os pratos e copos descartáveis também são de papel, bem como os talheres feitos em bambu são utilizados por toda a equipe, sem exceção, nem mesmo aos atletas.   

Além disso, muitos objetos como crachás e totens comunicam ser de plástico reciclado, assim como o óleo utilizado nos veículos da corrida. Falando em veículos, o autódromo conta com mais de 4 KMs e muitas vezes a locomoção dos funcionários acaba sendo feita em carros ou motos. Para reduzir o impacto disso, todos esses veículos são elétricos, evitando a geração de monóxido de carbono, responsável pelo efeito estufa. 

É assim que mais um grande marco do calendário mundial como é a Fórmula 1, demonstra que a preocupação ambiental é urgente e que além disso é também uma tendência de mercado! 

Texto escrito por Yara Oliveira

Referências:

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/39218/R%20-%20E%20-%20JESSICA%20PERTILE.pdf?sequence=2&isAllowed=y 

https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/06/aumento-da-producao-de-lixo-no-brasil-requer-acao-coordenada-entre-governos-e-cooperativas-de-catadores#:~:text=Segundo%20dados%20do%20Panorama%20dos,de%201%20kg%20por%20dia. 

https://abrape.com.br/numeros-do-setor/