Conversamos com a Secretaria de planejamento ambiental. Aqui está o que aprendemos.

A Secretaria de planejamento ambiental (CPLA), compõe a base da Subsecretaria de Meio Ambiente, o objetivo dela é o ordenamento territorial e desenvolver ferramentas e instrumentos para o planejamento ambiental do Estado. Contribuindo pelo equilíbrio de desenvolvimento socioeconômico e meio ambiente.  

A missão não é fácil, as palavras economia e meio ambiente na mesma frase já são polêmicas por si só. Imagina isso no Estado de São Paulo, a chamada “Comitiva do Brasil”? Esse tipo de assunto passa desde reciclagem, descarte correto, até conscientização para não gerar determinados resíduos, como o plástico, já tido como um vilão para os mares. Isso a nível social e econômico; 

E esse foi o tema da nossa entrevista com a porta voz da secretaria, Maria Fernanda; 

Começamos nossa conversa entendendo alguns dados, uma das formas mais faladas para a diminuição de resíduos sólidos, é a reciclagem. Segundo dados da prefeitura de São Paulo, apenas 7% dos resíduos gerados na cidade são reciclados; 

“Poucas prefeituras possuem esses dados no país. O que existe, em geral, são projeções e estimativas que devem ser analisadas com cuidados por conta de metodologias e dados utilizados. A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estima, em nível nacional, o índice de reciclagem em 4%. De acordo com um levantamento realizado em 2018 pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), que mapeou a gestão de resíduos sólidos nos 644 municípios do Estado de São Paulo, exceto a capital, cerca de 67% dos municípios paulistas realizam a coleta seletiva dos resíduos sólidos urbanos.” Diz a porta voz. 

Maria Fernanda cita a participação da comunidade em prestação de dados e entendimento da gestão do lixo nas ruas. Destacando a importância dos catadores; 

“As informações prestadas, tanto pelas prefeituras municipais quanto pelas entidades de catadores de materiais recicláveis, orientarão o poder público no planejamento e formulação de políticas públicas de apoio e otimização da gestão de resíduos sólidos.” 

Dentre os projetos que envolvem a secretaria, está um muito relevante, que prevê regular os descartes de lixo na bacia do rio Tietê; 

“A SIMA e a Polícia Militar Ambiental atuam, sobretudo, quando esses descartes se dão em áreas protegidas. Atualmente estes atores estão envolvidos em um Projeto piloto de combate de descarte irregular de Resíduos da Construção Civil na RMSP, na Bacia do Alto Tietê.”. 

São muitos os projetos que estão em andamento no Estado de São Paulo, mas a falta de acesso a essas informações é um problema, e essa é uma preocupação que atinge até mesmo a porta voz; 

“Parcerias entre o poder público e as entidades da sociedade civil são muito importantes para apoiar a sensibilização e comunicação à população da importância sobre o tema, dos impactos negativos sobre a qualidade de vida das pessoas e dos ecossistemas quando não se realiza uma boa gestão dos resíduos sólidos, das relações entre o consumo e a geração de resíduos e do papel e responsabilidade de cada ator.” 

Os impactos negativos são visíveis, desde enchentes comuns em São Paulo por conta de bocas de lobo entupidas de lixo, até os litorais do Estado cheios de plástico. A porta voz foca muito na palavra “sensibilizar”, que além de informar presa conscientização e mostrar como o descarte de lixo afeta diretamente o dia a dia de cada um. 

A educação parece ser a maior saída para essa gestão e, a participação de catadores, cooperativas, associações e aterros sanitários é imprescindível; 

 “Isso pode ser realizado de diversas formas, como por exemplo, pela produção de material didático e informativo, promoção de visitas às cooperativas e associações de catadores e aterros sanitários para conhecer o que acontece com os resíduos depois que são coletados, promoção de dias (ou mutirões de limpeza) de coletas de resíduos em praças, rios, e praias, doação e treinamento sobre o uso de composteiras individuais ou comunitárias. Há possibilidade de se firmar uma parceria formal entre ONGs e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, a fim de estruturar um plano de trabalho conjunto.”. 

Agradecemos a Secretaria de planejamento ambiental por sua disponibilidade e compartilhamento de informações. Sabemos que a comunicação pode sim ser a chave para o uma melhor percepção dos impactos que o lixo pode ter a níveis social e ambiental. 

Texto escrito por Yara Oliveira