Altas temperaturas – Qual o papel dos oceanos?
Em 2023, no Brasil, enfrentamos altas temperaturas mesmo antes do verão; cidades como Aragarças em Goiás e Cuiabá no Mato Grosso chegaram a ultrapassar os 44°C, estabelecendo recordes de temperatura para o país. Não apenas o Brasil experimentou esse calor intenso; dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos indicam que a temperatura média global atingiu 17,01°C em 3 de julho deste ano. Esse aumento de temperaturas impacta não apenas a vida da fauna e flora global, mas também nossa saúde, resultando em diversos transtornos, desde desidratação até casos mais graves de queimaduras.
Por que a temperatura global aumentou?
Em 1978, nos Estados Unidos, foi divulgado o relatório “Dióxido de Carbono e Clima: Uma Avaliação Científica”, alertando as autoridades e a comunidade científica norte-americana sobre as mudanças climáticas resultantes da elevada emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera global.
Desde então, o chamado “Aquecimento Global” foi tema de diversos encontros mundiais e relatórios climáticos, mas ainda assim, o tema reuniu muitos descrentes. Um dos casos mais recentes foi o negacionismo do próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No Brasil, não foi diferente. Durante o último governo, diversas declarações vindas tanto do presidente quanto de aliados negavam os problemas ambientais e tomaram atitudes que prejudicavam a Floresta Amazônica, uma das protagonistas na luta pelo equilíbrio climático.
Quais os resultados atuais do aquecimento global?
De acordo com dados de satélites que monitoram constantemente o nível da água dos oceanos, observamos um aumento de aproximadamente 9 centímetros na média global. Embora 9 centímetros possam parecer insignificantes no dia a dia, foram suficientes para causar inundações na cidade de Chittagong, em Bangladesh, e até mesmo motivaram a Indonésia a anunciar a mudança de sua capital em 2024.
Foto Jashim Sala: Entre junho e outubro, Chittagong costuma enfrentar inundações duas vezes por dia
No Brasil, as perspectivas também não são otimistas. Se as projeções da ONU, conforme indicadas em um relatório de 2021, se concretizarem, o aumento da temperatura média global será de 2,9°C. Esse aumento de temperatura poderia ter consequências catastróficas para as regiões litorâneas. Em simulações visuais realizadas pela ONG Climate Change, é possível observar até mesmo um estádio completamente alagado.
Região do Estádio dos Aflitos, no Recife. Imagem: Climate Change
Qual o papel dos oceanos?
Sempre que associamos aquecimento global e oceanos, alagamentos urbanos geralmente vêm à mente. No entanto, os oceanos desempenham um papel crucial na regulação da temperatura do planeta, exercendo diversas funções essenciais para o equilíbrio climático.
Imagem: Voz dos Oceanos
Funções dos oceanos incluem:
- Absorção de Radiação Solar: Atuam como grandes “painéis solares”, absorvendo a maior parte da radiação solar, especialmente nas regiões tropicais, retendo calor na Terra.
- Distribuição de Calor: Desempenham papel vital na distribuição de calor global. Correntes oceânicas movem água aquecida dos trópicos para as regiões polares, equilibrando as temperaturas globais.
- Evaporação e Ciclo da Água: A energia solar aquece a água, levando à evaporação. Esse vapor d’água forma nuvens, resultando em chuva e tempestades, crucial para o ciclo da água na Terra.
- Chuvas e Tempestades: A maioria da chuva na Terra tem origem nos oceanos, contribuindo para a distribuição de água doce nas terras continentais.
- Correntes Oceânicas e Padrões Climáticos: Padrões climáticos, especialmente fora das áreas equatoriais, são influenciados pelas correntes oceânicas, reguladas por vários fatores.
- Regulação do Clima Global: Correntes oceânicas desempenham papel crucial na regulação do clima global, ajudando a atenuar variações extremas de temperatura.
Os oceanos são fundamentais para manter o equilíbrio climático, influenciando temperatura, chuvas e habitabilidade em diferentes regiões. A ação humana, além de aumentar o nível do mar, também perturba ecossistemas oceânicos, impactando sua capacidade reguladora.
O documento “Encerrando o Fluxo: Estratégias para Reduzir Drasticamente a Poluição Plástica e Promover uma Economia Circular” propõe uma redução de 80% na poluição plástica até 2040, alcançável por meio de mudanças significativas nas políticas e no mercado, aplicando tecnologias já disponíveis. Ações individuais, como evitar produtos plásticos de uso único, são cruciais, e a participação de todos é necessária para a recuperação do planeta.
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